Missão cumprida
É tão bom ver quem trabalha com entusiasmo e responsabilidade, indo até o fim com a missão a si confiada. A alegria de fazê-lo não é só para essa própria pessoa, mas também para a que a cercam.
Paulo é uma delas. Ele o expressa, dizendo a Timóteo que combateu o bom combate, completou a corrida e guardou a fé. Por isso, ele esperava a coroa da justiça divina (Cf. 2 Timóteo 4,7).
A vida outorgada pelo Criador a cada um de nós é uma verdadeira missão. Assumi-la como tal nos leva a dar sentido a cada passo. Em primeiro lugar vamos procurar dar resposta a Ele, colocando todo nosso ser como oferta para desenvolvermos os talentos e oportunidades e tentarmos servir da melhor maneira o semelhante e a comunidade. Nossa fé em Deus faz-nos ver qual é a maneira de maior contribuição que podemos dar. Além da formação da família ou da vida consagrada no serviço à sociedade e no trabalho profissional, inserimo-nos em atividade na comunidade religiosa para fazermos nossa fé mais vitalizante e sermos pessoas verdadeiramente missionárias, andando por caminho de mão tripla: com a conjugação da relação com nossas pessoas individuais, com Deus e com os outros.
Nossa fé operante não é somente a relação com Deus, deixando a sociedade de lado. Por isso, a fé transformadora é eminentemente missionária, pois, leva a pessoa a colocar em prática o mandamento do amor e a obediência a Jesus que disse para ensinarmos aos outros o que dele recebemos.
O testemunho de vida da pessoa missionária, a partir da comunidade religiosa, faz com que ela sirva a Deus como ele quer (Cf. Eclesiástico 35, 20). Por isso, ela vive na confiança em Deus e procura dar de si pela causa de seu Reino, ajudando a implantar a justiça baseada na misericórdia divina. Assim, Deus faz justiça aos justos e executa o julgamento, como lembra o mesmo texto sagrado (35,22). Quem vive como missionário, com o testemunho de fé comprometida com o Reino de Deus, fica tranquilo por saber da justiça
misericordiosa de Deus.
Quem é missionário, principalmente na missão para fora do próprio ambiente de comunidade e até indo a outras regiões ou países, tem a convicção de que a doação de si por amor a Deus, é importante serviço à evangelização de outras pessoas e comunidades mais necessitadas. Sente o chamado divino para colocar sua vida em disponibilidade e gratidão ao Senhor, sendo uma oferta que resultará em benefício para outros e para viver o ideal de servir como luz de Cristo.
Damos o suporte a essas pessoas missionárias com a oração e a oferta generosa da coleta financeira colhida nas comunidades, principalmente neste próximo domingo das missões.
Autor: Dom José Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros (MG)