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Papa no Angelus: Manter firme a esperança na eternidade


"Sob o olhar misericordioso do Senhor se desenvolve a história no seu fluir incerto e no seu entrecruzar do bem e do mal" - AP


Cidade do Vaticano – “Manter firme a esperança na eternidade e no Reino de Deus”. Após presidir na Basílica de São Pedro a Missa pelo Jubileu dos Socialmente Excluídos, o Papa assomou à janela do apartamento pontifício para a Oração mariana do Angelus. Francisco exortou os fieis a permanecerem firmes na esperança, em meio às tribulações e sofrimentos.


Inspirado na passagem de Lucas proposta pela Liturgia do dia, que narra o discurso de Jesus sobre o final dos tempos, o Papa recordou o “efeito destas palavras sobre os discípulos de Jesus”, explicando:

“Ele, porém, não quer ofender o templo, mas fazer entender a eles, e também a nós hoje, que as construções humanas, mesmo as mais sagradas, são passageiras e não é preciso colocar nelas a nossa segurança. Quantas presumíveis certezas na nossa vida que pensávamos serem definitivas e depois, revelaram-se efêmeras! Por outro lado, quantos problemas nos pareciam sem saída e depois, foram superados!”.


Ao alertar sobre os falsos profetas, o Pontífice explica que “as guerras, revoluções e calamidades”, fazem “parte da realidade deste mundo”. E que não devemos nos deixar aterrorizar e desorientar por estes acontecimentos:


“A história da Igreja é rica de exemplos de pessoas que suportaram tribulações e sofrimentos terríveis com serenidade, porque tinham a consciência de estarem firmes nas mãos de Deus. Ele é um Pai fiel e cuidadoso, que nunca abandona os seus filhos. Deus não nos abandona nunca. Nunca. Esta certeza devemos ter no coração. Deus não nos abandona nunca”.


Neste sentido, devem os “permanecer firmes no Senhor, caminhar na esperança, trabalhar para construir um mundo melhor, não obstante as dificuldades e os acontecimentos tristes que marcam a existência pessoal e coletiva”, pois “é isto que realmente conta; é isto que a comunidade cristã é chamada a fazer para ir de encontro ao “dia do Senhor”.


Nesta mesma perspectiva Francisco coloca os compromissos nascidos nestes meses em que se viveu o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que hoje “se conclui nas Dioceses de todo o mundo com o fechamento das Portas Santas nas igrejas-catedrais”:


“O Ano Santo nos solicitou, por um lado, manter fixo o olhar no cumprimento do Reino de Deus e, por outro, a construir o futuro nesta terra, trabalhando para evangelizar o presente, de forma a fazer dele um tempo de salvação para todos”.


De fato – recordou o Papa - Jesus nos exorta no Evangelho “a ter bem firme na mente e no coração a certeza de que Deus conduz a nossa história e conhece o fim último das coisas e dos eventos”. Sob o seu olhar misericordioso se desenvolve a história, “tudo o que acontece é conservado nele; a nossa vida não pode se perder, porque está em suas mãos”.

Francisco conclui, pedindo a Virgem Maria que, “em m

eio aos acontecimentos alegres e tristes deste mundo”, mantenhamos “firme a esperança na eternidade e no Reino de Deus”.

Após recitar o Angelus, Francisco recordou a restituição à devoção dos fieis de um antigo crucifixo de madeira da Basílica de São Pedro, do século XIV, e que após a restauração que devolveu seu esplendor, será colocado na Capela do Santíssimo Sacramento, em recordação ao Jubileu da Misericórdia.


O Papa recordou ainda o Dia de ação de Graças celebrado pela tradição italiana pelos frutos da terra e do trabalho humano e saudou os grupos presentes na Praça São Pedro, incluindo brasileiros vindos do Rio de Janeiro. (JE)


Eis a alocução do Santo Padre na íntegra:


“Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

A passagem evangélica do dia (Lc 21,5-19) contém a primeira parte do discurso de Jesus sobre os últimos tempos, na redação de São Lucas. Jesus o pronuncia enquanto se encontra diante do templo de Jerusalém e se inspira nas expressões de admiração das pessoas diante da beleza do santuário e de suas decorações. Então Jesus diz: “Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”.


Podemos imaginar o efeito destas palavras sobre os discípulos de Jesus! Ele, porém, não quer ofender o templo, mas fazer entender a eles, e também a nós hoje, que as construções humanas, mesmo as mais sagradas, são passageiras e não é preciso colocar nelas a nossa segurança. Quantas presumíveis certezas na nossa vida que pensávamos serem definitivas e depois, revelaram-se efêmeras! Por outro lado, quantos problemas nos pareciam sem saída e depois, foram superados!


Jesus sabe que sempre tem alguém que especula sobre a necessidade de segurança. Por isto disse: “Cuidado para não serdes enganados”. E alerta para os tantos falsos messias que se apresentariam. Ainda hoje existem. E acrescenta para não se deixarem aterrorizar e desorientar pelas guerras, revoluções e calamidades, porque também isto faz parte da realidade deste mundo. A história da Igreja é rica de exemplos de pessoas que suportaram tribulações e sofrimentos terríveis com serenidade, porque tinham a consciência de estarem firmes nas mãos de Deus. Ele é um Pai fiel e cuidadoso, que nunca abandona os seus filhos. Deus não nos abandona nunca. Nunca. Esta certeza devemos ter no coração. Deus não nos abandona nunca”.


Permanecer firmes no Senhor, caminhar na esperança, trabalhar para construir um mundo melhor, não obstante as dificuldades e os acontecimentos tristes que marcam a existência pessoal e coletiva, é isto que realmente conta; é isto que a comunidade cristã é chamada a fazer para ir de encontro ao “dia do Senhor”.

Precisamente nesta perspectiva, queremos colocar o compromisso que nasce destes meses em que vivemos com fé o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que hoje se conclui nas Dioceses de todo o mundo com o fechamento das Portas Santas nas igrejas catedrais.


O Ano Santo nos solicitou, por um lado, manter fixo o olhar no cumprimento do Reino de Deus e, por outro, a construir o futuro nesta terra, trabalhando para evangelizar o presente, de forma a fazer dele um tempo de salvação para todos.


Jesus no Evangelho nos exorta a ter bem firme na mente e no coração, a certeza de que Deus conduz a nossa história e conhece o fim último das coisas e dos eventos. Sob o olhar misericordioso do Senhor se desenvolve a história no seu fluir incerto e no seu entrecruzar de bem e de mal. Mas tudo o que acontece é conservado nele; a nossa vida não pode se perder, porque está em suas mãos.


Rezemos a Virgem Maria, para que nos ajude, em meio a acontecimentos alegres e tristes deste mundo, a manter firme a esperança na eternidade e no Reino de Deus. Deus nunca nos abandona”.

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