Congo: assassinada religiosa das Franciscanas de Cristo Rei
Irmã Marie Claire passou a integrar uma longa lista de religiosos, que deram a vida pelo Evangelho em Bukavu - REUTERS
Bukavu – Uma tentativa de roubo na Paróquia Mater Dei, em Bukavu, República Democrática do Congo, vitimou na terça-feira (29/11) a Irmã Marie Claire, religiosa das Franciscanas de Cristo Rei. Ela foi morta por bandidos em seu escritório, no Centro de Formação Profissional, do qual era responsável.
Irmã Marie Claire passou a integrar uma longa lista de religiosos, que deram a vida pelo Evangelho em Bukavu.
Precisamente no número deste mês da revista “Mundo e Missão” – que recorda as Irmãs Olga Raschietti, Lucia Pulici e Bernardetta Boggian, assassinadas em 2014 no vizinho Burundi após terem prestado um longo serviço missionário na República Democrática do Congo – a Irmã Teresina Caffi, missionária xaveriana que faz a ponte entre a Itália e este martirizado país africano, recordava a figura do Arcebispo Christophe Munzihirwa, pastor corajoso de Bukavu, morto há 20 anos nesta região do mundo, que há tempos não conhece a paz.
“Morrer é um ato que se prepara durante toda a existência que a precede. E o silêncio final é uma palavra de grande riqueza para aquele que sabe escutar de entro”, dizia o prelado.
Palavras que no contexto do Sul de Kivu – região que tem por capital Bukavu – trazem à mente o clima de violência difundida, alimentada pela chaga dos “minerais sangrentos”: ouro, coltan, cassiterita e tantas outras riquezas minerais, que continuam a alimentar o conflito e enriquecer a muitos, exceto aos congoleses.
Somente em 2016 foram assassinados na República Democrática do Congo o Padre Vincent Machozi, em 20 de março, o motorista-agente da Caritas, em 25 de março, o Padre Joseph Mulimbi Nguli, em 21 de outubro e agora Irmã Marie Claire, em 29 de novembro.