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Dia mundial do diálogo e a tolerância entre as religiões




No mês de janeiro comemoramos duas datas significativas para o entendimento e respeito entre as religiões. O dia 7 de janeiro lembra o projeto do deputado federal Jorge Amado apresentado na Assembleia Constituinte de 1946, do que tornou-se a Lei da liberdade de Cultos. Lei que protege as liturgias e a liberdade religiosa no país como direito constitucional. Já no dia 21 do mesmo mês a data tem uma conotação mundial, sendo iniciativa da Comunidade Bahá, religião que surgiu na Pérsia em 1844.


A justificativa desta efeméride inter-religiosa (dia mundial da religião) comemorada desde o ano 1949, era de oportunizar uma aproximação entre as religiões, buscando a vivência da tolerância e do diálogo. O Concílio Vaticano II na Declaração Nostra Aetate se empenha no reconhecimento dos valores e da espiritualidade das diversas religiões, defendendo o diálogo e a liberdade religiosa. Sabemos que nos últimos anos no cenário mundial tem crescido nas religiões institucionais, uma tendência ao fundamentalismo, e ao nacionalismo sectário.


Mais ainda, grupos terroristas justificam seus atos de barbárie e destruição apelando para credos religiosos que ficam traídos por estas manifestações espúrias de ódio e violência. No Brasil temos assistido recentemente quebra de imagens religiosas dentro de Igrejas, incêndio e depredação de templos religiosos cristãos e afro-brasileiros.


Neste dia somos convidados a tecer pontes entre as religiões tornando-as mediadoras de paz, construtoras de um desenvolvimento sustentável e equitativo, a serviço da vida e da integridade da criação, respeitando sempre a dignidade da pessoa humana. Uma religião que busca conhecer e transparecer o rosto de Deus,deve primar pela bondade, a misericórdia e a compaixão, reconhecendo com magnanimidade e abertura os diferentes caminhos e moradas para chegar ao Pai.


O diálogo inter-religioso e a tolerância fazem crescer a cidadania e o bem comum no âmbito das Nações, solidificando os direitos humanos, e especialmente a liberdade de consciência e a liberdade religiosa sem as quais a dignidade humana se esboroa e banaliza. Que o Deus da Paz, Misericordioso para com todos/as nos ajude a partilhar nossa fé no respeito, amor e diálogo!


Autor: Dom Roberto Francisco Ferreria Paz

Bispo de Campos (RJ)

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