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Homilias de Dom Fernando Antônio Figueiredo

Lc 10, 1- 9 - Missão dos setenta e dois



Esse episódio, colocado, justamente, no início da subida de Jesus a Jerusalém, caracteriza a ação formadora do Senhor e seu desejo de despertar em seus discípulos o ardor missionário. Pregadores itinerantes, eles não seriam simplesmente anunciadores da salvação futura, mas também da ação de Deus na história atual, transformando-a em vista de um mundo futuro de justiça e de paz. Além dos Doze Apóstolos, observa Orígenes, “o Evangelho nos diz que outros setenta foram enviados para pregar a Palavra de Deus, e, graças a eles, o mundo conhecesse as palmas da vitória de Cristo”.


O número setenta é bastante significativo: Moisés escolheu setenta anciãos para ajudá-lo em sua tarefa de liderar o povo através do deserto; o Sinédrio, conselho que governava o povo de Israel, era composto de 70 membros. Em Jesus, este número quer expressar a totalidade das nações e povos, para os quais seus discípulos deviam levar sua Palavra e agir no seu poder, oferecendo-lhes a salvação que vem de Deus. Crer não significa alçar o homem até Deus, mas é acolher em Jesus a oferta de uma nova comunhão com Deus, o que vale dizer: nele se dá a emergência do homem novo e definitivo.


A atitude de Jesus vai além da acolhida dos pecadores; compreende a integração de todos, judeus e gentios, na unidade de um povo resgatado por Ele. O anúncio da salvação e da paz, dom escatológico de Deus, embora não tenha ainda atingido a sua realização final, já está presente em Jesus. Daí a intenção de que seus seguidores convidem todos, especialmente os pecadores, para a mesa de Deus e para a convivência fraterna, comunicando-lhes a paz: “Se houver um homem de paz, a vossa paz irá repousar sobre ele; caso contrário, voltará a vós”.


É a proximidade do Reino de Deus, marcada pela pregação deles e pelo fato de se colocarem incondicionalmente a serviço do Evangelho, não levando nem mesmo as coisas mais necessárias até para uma viagem de pobres. Assim, confiando no Senhor e provando seu amor a todos, como destaca S. Agostinho, “eles darão a paz aos que encontrarem, sem discriminação, embora ela só seja recebida pelos que são filhos da paz”: está já em curso a unidade da humanidade futura, em que “todos os homens se reconhecerão irmãos”.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm

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