Dia Mundial dos Enfermos
Foto: WIX
Ao dia 11 de fevereiro celebramos o Dia Mundial dos Enfermos. A efeméride foi criada pelo Papa João Paulo II, em 1992, com o fim de chamar à atenção dos seres humanos, cristãos ou não cristãos, para a necessidade de cuidar bem dos doentes, ressaltando a dignidade da pessoa humana, mesmo quando perde a saúde ou mesmo quando se encontre em situações degradantes. A caridade ensinada por Cristo como a maior das virtudes impulsionou o Pontífice a instituir tal comemoração, assomando a ela tudo o que a Igreja vem fazendo, no correr dos séculos, pelas pessoas enfermas.
Muitos exemplos edificantes de pessoas e instituições, eclesiásticas ou não, que olham para o doente com respeito, amor, ternura, verdadeiro espírito de ajuda e atenção edificam e animam os demais para praticarem o bem a todos, sobretudo a quem se encontra em situação vulnerável.
Porém, também os exemplos negativos de descuido, maus tratos, desprezo, impaciência, falta de cuidados e tantas outras situações negativas desfiguram a dignidade da pessoa humana e contribuem para a desorganização social, transformando o mundo em um lugar de irracionais, sem amor, difícil de viver.
A variedade dos maiores ou menores cuidados dos governos em relação à saúde da população, existindo em certos países verdadeira injustiça social com planos de saúde insuficientes ou desumanos, ou ainda não observados na prática, também justificam a iniciativa da Igreja de colaborar com proposições que possibilitem a solução da grave questão.
Estabeleceu-se, desde sempre, que a sede da celebração da Jornada Mundial do Enfermo, agora em sua 25ª versão, seja o Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, na França, por ser um centro de numerosas peregrinações de doentes, agentes da saúde e voluntários, durante todo o ano, mormente no referido dia 11, quando se recordam as aparições de Nossa Senhora à jovem Bernadete de Soubirous, em 1858.
O Papa Francisco escolheu para a 25º Jornada dos enfermos o tema: ‘Admiração pelo que Deus faz: o Todo-Poderoso fez em mim maravilhas’ (Lc 1, 49), tendo se expressado nos seguintes termos: “Sentindo-me desde agora presente espiritualmente na Gruta de Massabiel, diante da imagem da Virgem Imaculada, em quem o Todo-Poderoso fez maravilhas em prol da redenção da humanidade, desejo manifestar a minha proximidade a todos vós, irmãos e irmãs que viveis a experiência do sofrimento, e às vossas famílias, bem como o meu apreço a quantos, nas mais variadas tarefas de todas as estruturas sanitárias espalhadas pelo mundo, com competência, responsabilidade e dedicação se ocupam das melhoras, cuidados e bem-estar diário de todos vós.
Desejo encorajar-vos a todos – doentes, atribulados, médicos, enfermeiros, familiares, voluntários – a olhar Maria, Saúde dos Enfermos, como a garante da ternura de Deus por todo o ser humano e o modelo de abandono à vontade divina; e encorajar-vos também a encontrar sempre na fé, alimentada pela Palavra e os Sacramentos, a força para amar a Deus e aos irmãos mesmo na experiência da doença”. (Mensagem do Papa Francisco 2017).
Para os que têm fé, ter um doente em casa é como responder a um chamado de Cristo para acolher a Ele mesmo, pois também Ele experimentou no corpo as dores terríveis da flagelação, da coroação de espinhos e da crucifixão. Ele já havia ensinando: Tudo o que fizerdes ao menor de meus irmãos, é a mim que estarei fazendo. (Mt 25, 40).
Também Ele mesmo prometeu: Estava doente e foste-me visitar... Vinde, benditos de meu Pai; recebei a herança que Ele vos preparou desde o início da criação” (cf Mt 25, 34 ss).
Todos temos a saúde em contínua possibilidade de risco. Também nós, um dia, poderemos depender da ajuda do irmão. Porém, independente disto, recordemos que ajudar é um privilégio que Deus reserva àqueles que, humildemente, se dispõem a viver sob o impulso santificador da Palavra do Senhor da Vida.
Autor: Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo de Juiz de Fora