HOMILIA EM SÃO PEDRO E SÃO PAULO - A - 2017
Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Caros irmãos e irmãs, celebramos hoje aqueles que já São Clemente Romano, terceiro Sucessor de São Pedro, na sua epístola aos Coríntios definia como “mestres de vida santa”, São Pedro e São Paulo. São eles que abriram a lista dos que imitando a Cristo, deram a vida para testemunhar o Senhor regando com o próprio sangue o solo e o coração da Igreja de Roma. Em razão de tal testemunho os celebramos numa só festa, mesmo que hoje rezamos de modo especial pelo Sucessor de Pedro, o Papa, que na história da Igreja foi assumindo também a missão de Paulo de levar o Evangelho a todos os povos da terra.
Os textos que nos são propostos nos levam a considerar a peculiaridade de cada um. Se Pedro é aquele que professa a verdadeira Fé e recebe por isso nome novo, de Cefas a Pedro, Paulo é aquele que a difunde entre os pagãos. Se um tem a primazia na profissão de fé, o outro a tem na sua difusão, no combater o bom combate da Fé, guardando-a e anunciando-a até o fim, como ouvimos na II Leitura.
As duas leituras que ouvimos nos mostram os dois momentos em que o próprio Senhor é Quem tudo sustenta. Ao libertar, pelo Anjo a Pedro do cárcere, mostra como o Senhor não deixa entregue a si aqueles que a Ele se confiam e que a propagação da Missão, pelos seus instrumentos se dá até quando Ele quiser. É sempre Ele e seu poder quem a faz continuar, sem que cadeias humanas possam impedir. Com Paulo, dá-se o mesmo de outro modo. Ele, preso, apresenta a Timóteo, seu discípulo, como que um testamento espiritual insistindo para que guarde o depósito da Fé e que combata o bom combate, sabendo que o Senhor não o abandona e o salvará “para o seu Reino Celeste”. Guardar a Fé professada por Pedro e testemunhada por Paulo de diversas formas é o bom combate.
Ambos, chegado o tempo, dão o testemunho supremo querido pelo Senhor e que é prova do amor com que Ele quer que O amemos. Não só nos bons, mas sobretudo nas dificuldades, pois “Ele nos consola em todas as nossas aflições, para que, com a consolação que nós mesmos recebemos de Deus, possamos consolar os que se acham em toda e qualquer aflição”( 2 Cor 1, 4).
Ao confessar a Fé em Cristo, Filho de Deus, revelação do Pai, Pedro manifesta-se como pedra, pois é sobre esta fé professada que se assenta a vida e existência da Igreja que é, por isto, um dom de Deus. É Cristo Deus Quem a edifica dia após dia, não nós com nossos esquemas e planos; ela é Sua Esposa, nascida do seu lado aberto, que quer Ele seja cuidada por Pedro e Paulo, e por nós, como amigos do Esposo que é Ele.
Há também, caros irmãos, um aspecto que nos move hoje: como os primeiros cristãos, somos chamados a rezar continuamente por Pedro em seu Sucessor, para que não titubeie na fé e uma vez que, pelo Senhor, nela confirmado, nos confirme também. Fé que é a garantia da Salvação, pois se Aquele que nasceu, morreu e ressuscitou, Deus não fosse, ainda estaríamos escravos do pecado e da morte; nossa fé seria vã, como vã nossa pregação, como nos ensina São Paulo, nos restando apenas o caos da vã tentativa dos que não creem, em buscar satisfação somente para esta vida, sem nunca a alcançar, razão da suprema infelicidade presente naqueles em que a morte é o único sentido sem sentido no mundo.
Unamo-nos a Pedro e Paulo; unamo-nos ao Sucessor de Pedro nas orações e nas nossas ações para que o que professamos crer se manifeste também no cumprimento da vontade de Deus em nossas vidas, no bom combate da Fé, amando-nos para sermos reconhecidos como discípulos do Senhor, seus amigos.
Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Autor: Prof. Pe. Mestre Samuel Pereira Viana Nascido em Duque de Caxias (RJ) e Ordenado Presbítero na Diocese de Santo Amaro. Mestre em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.Pároco: Paróquia São José (2008- atualmente).