Colômbia: Bispos advertem que aprovar eutanásia de menores viola a dignidade humana
Intravenosa (referencial) / Crédito: Wikipédia - Calleamanecer (CC-BY-SA-3.0)
BOGOTÁ - A Conferência Episcopal da Colômbia (CEC) expressou a sua preocupação pela decisão do Tribunal Constitucional que abre as portas para a eutanásia de menores e advertiu que este ato de acabar deliberadamente com a vida de um ser humano “é uma violação grave da dignidade da pessoa”.
Embora a decisão tenha data de 25 de agosto deste ano, foi divulgada recentemente pela imprensa local. O Tribunal deu ao Ministério da Saúde quatro meses para criar um regulamento que permita as Empresas Promotoras da Saúde (EPS) aplicar o que chamam de “morte digna” aos menores de idade e que “não sejam vítimas de um tratamento cruel e desumano derivado da negação do seu direito de morrer dignamente”.
“Os Bispos católicos da Colômbia recebemos com profunda preocupação as recentes decisões do Tribunal Constitucional a respeito da eutanásia, especialmente no tema relacionado a sua aplicação a menores de idade”, expressou o Episcopado em seu comunicado do dia 26 de outubro.
Os Bispos assinalaram que “a eutanásia, que é o ato de acabar deliberadamente com a vida de um ser humano, é uma grave violação à dignidade da pessoa”.
“Faz com que os idosos, os doentes e as pessoas que têm algum tipo de limitação pensem que a sua existência é menos digna e valiosa e, portanto, fecham as portas de suas esperanças”, assinalaram.
Do mesmo modo, advertiram que “o propósito do regulamento ordenado pelo Tribunal é contra o princípio constitucional da defesa da vida (artigo 11) e abre as portas para que a sociedade possa legitimar a supressão de algumas pessoas e a negação dos mais fracos e necessitados”.
Os bispos recordaram que, em sua recente visita à Colômbia, o Papa Francisco “falou sobre a defesa da vida; mas também nos convidou a estar atentos às densas trevas que ameaçam e destroem a vida, entre elas a falta de ‘respeito pela vida humana que impede diariamente a existência de tantos inocentes’”.
Por isso, pediram aos “legisladores e aos profissionais da área de saúde que levem em consideração as consequências morais, éticas e sociais que causam estes tipos de determinações”.
“Recordamos o apelo do Papa Francisco a fim de que tomem ‘decisões corajosas e contracorrente’ em defesa da vida, especialmente da vida dos mais pobres e fracos. Só teremos uma sociedade com paz e bem-estar se continuarmos promovendo uma cultura de vida”, assinalaram.
Nesse sentido, os prelados pediram aos colombianos que “aprofundem na vida como o maior e maravilhoso dom de Deus, assim como a base dos direitos fundamentais de todas as pessoas. Incentivemos ações que atenuem a cultura de facilidade, a cultura do descarte e hedonista, que leva a considerar que seja uma solução provocar a morte de um irmão”.
Os Bispos também exortaram “a dirigir mais esforços à prestação digna, efetiva e humanizada dos serviços na área de saúde. Estes devem estar disponíveis de forma equitativa para todos os cidadãos”.
Finalmente, convidaram “a multiplicar as ações a fim de acompanhar e aliviar os sofrimentos dos doentes: ‘o clima de solidariedade fraterna dissipa e supera o clima de solidão e a tentação do desespero’”.