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Será que o Facebook vai censurar a Semana Santa?



A rede social não permite “conteúdo ofensivo ou sensacionalista, incluindo anúncios que representem violência ou ameaças de violência”


Que o Facebook tenha censurado imagens de obras de arte – de estatuetas de fertilidade do Paleolítico a fotos icônicas do século XX – já não é mais novidade. No entanto, agora há indícios da censura que a maior rede social do mundo exerce sobre algumas das mais tradicionais imagens cristãs.


Vamos começar com o que já sabemos

Em dezembro do ano passado, o Museu de História Natural de Viena descobriu que uma estatueta de 29.500 anos – a famosa Vênus de Willendorf, um símbolo paleolítico de fertilidade, era “pornográfica”. Quando Laura Ghianda tentou postar uma foto da Vênus no Facebook, a atividade foi proibida, já que, segundo o próprio Facebook, a imagem violava a política sobre nudez da empresa.


A resposta foi bastante direta. No seu próprio perfil da rede social, os administradores do museu publicaram:

“Durante 29.500 anos, a imagem se mostrou como um símbolo pré—histórico de fertilidade sem roupa alguma. Agora, o Facebook a censurou (…). Um objeto arqueológico, especialmente um tão expressivo, não deveria ser bloqueado pelo Facebook por causa de sua “nudez”, assim como nenhuma obra de arte”.


Embora o museu tenha compartilhado a publicação em janeiro de 2018, o fato só se tornou notório depois que vários meios de comunicação especializados em Artes começaram a cobrir a história.


A empresa de Mark Zuckerberg acabou se desculpando, explicando que, embora sua política não permita qualquer associação à nudez “fazemos uma exceção às estátuas e, por isso, a publicação deveria ter sido aprovada”.


Mas a nudez não é o único critério usado para os bloqueios do Facebook. No ano passado, várias páginas católicas brasileiras foram retiradas do ar pela rede social.


De acordo com Tim Schineider, “a censura faz parte da interface de programação do Facebook”. Ele ainda explica:


“A culpa é tanto das máquinas como dos seres humanos. Grande parte do processo de revisão do conteúdo do Facebook é feita por algoritmos, como bem sabe qualquer pessoa que segue o atual vertedouro de ‘fake news’.


Sim, está claro que é preciso trabalhar – e muito – para que não haja exposição de nudez e de situações humilhantes na rede social. Porém, com a proximidade da Páscoa, talvez o Facebook tenha que ensinar sua inteligência artificial que as imagens tradicionais da Paixão de Cristo não devem ser consideradas exatamente como “conteúdo ofensivo ou sensacionalista”, nem que representam “violência ou ameaças de violência”.

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