Obrigado, padre!
No dia 04 de agosto é celebrado o “Dia do Padre”, tendo como referência a celebração de São João Maria Vianney, falecido em 04 de agosto de 1859. Ele foi canonizado pelo papa Pio XI em 1925 e proclamado patrono dos párocos em 1929. Vianney nasceu em 1786 e foi ordenado padre em 1815 e partir de 1819, até a sua morte, foi pároco na aldeia de Ars, na França. A história nos conta que a implantação dos ideais da Revolução Francesa foi extremamente conflitiva gerando muita violência, perseguição e pobreza. Além disso, houve recuos e uma alternância de modelos de governo. Foi neste contexto que se desenvolveu a missão pastoral do Pe. João Maria. A sua dedicação incansável revolucionou a vida espiritual, os costumes e o atendimento aos pobres na aldeia de Ars. Sua fama se espalhou pelo mundo e os peregrinos iam lá para ouvi-lo, confessar-se e vê-lo.
Olhando para a história das nossas cidades, em sua maioria, a atuação do padre foi importante para o seu desenvolvimento. Gostaria de citar mais três exemplos que fazem parte do nosso cotidiano. O Pe. Theodor Amstad, padre jesuíta, originário da Suíça, chegou ao Brasil em 1885: atuou em várias paróquias das colônias alemãs. Trouxe consigo as reflexões que se desenvolviam na Europa sobre o cooperativismo. Visitando as colônias incentivava este modelo de cooperação entre os colonos. Várias cooperativas foram se criando que continuam vivas. Há poucos dias festejamos os 100 anos do Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo. Não podemos esquecer que na sua origem está o pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição Pe. Raphael Jop que, junto com os Vicentinos, impulsionou o atendimento dos doentes. Ainda cito o Mons. João Benvegnú pároco de São Domingos do Sul, de 1935 a 1986. Morreu com fama de santidade, já declarado Servo de Deus, sendo que seu túmulo é muito visitado e, no começo de janeiro, se realiza uma grande romaria vocacional.
Através destes exemplos, quero homenagear todos os padres. Eles estão presentes nas grandes cidades e nas pequenas. Realizam a sua missão de múltiplas maneiras: algumas vezes tem maior visibilidade e reconhecimento público; mas a maioria das ações são silenciosas e quase invisíveis e o reconhecimento vem de pessoas individuais sem publicidade. Visitam e confortam, com a Palavra de Deus e os sacramentos, os doentes. Acolhem, ouvem e orientam indivíduos e famílias; ouvem confissões e administram a graça do sacramento do perdão. Quantas horas dedicadas para confortar famílias enlutadas e lhes anunciando a esperança da ressurreição.
Os padres acolheram o chamado de Deus para serem e viverem como padres, com suas virtudes, qualidades, limitações e fraquezas. Para fazer a escolha abriram mão de outras opções. Uma escolha feita com liberdade e plena consciência para colocarem-se nos passos do mestre Jesus Cristo e partilhar da Sua vida. É um ato de fé e de comunhão com o projeto de Jesus Cristo, denominado de Reino de Deus.
O seguimento gera responsabilidades para o padre que são sintetizadas em três grandes áreas. A primeira e a fundamental é anunciar o Evangelho, despertando a fé e o seguimento de Jesus Cristo e a formação da Igreja. A segunda é santificar o Povo de Deus. O padre é um homem ligado ao sagrado. Munido pelo poder recebido no sacramento da Ordem, ele torna-se ministro e servidor das coisas que se referem a Deus para o bem das pessoas. E a terceira missão do padre é conduzir e orientar a comunidade eclesial. Agregar as pessoas, fortalecendo-as e animando-as na vivência cristã. A realização vocacional do padre ocorre na abertura para os outros, no exercício daquilo que lhe é próprio.
Parabéns a todos os padres e Deus os abençoe.
Autor: Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo