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O Dízimo como fruto de uma decisão


O Dízimo é fruto de uma decisão amadurecida pela reflexão. Uma decisão que persiste enquanto for alimentada e renovada pela fé. Ninguém dá o que não tem, por isso a generosidade aliada ao senso de gratidão devem estar enraizadas no coração do cristão que se dispõe a ser dizimista. Se estiverem ausentes a gratidão e a generosidade, ninguém conseguirá assumir o dízimo como um compromisso fiel de participação efetiva na vida de sua comunidade.


É reconhecidamente verdadeiro que tornar-se dizimista é um processo que comporta até mesmo algumas dúvidas, angústias e inquietações. Mas estas dificuldades, ao serem paulatinamente superadas dão uma consistência ainda maior à decisão tomada. O dizimista vai percebendo que, pela graça de Deus, é capaz de desapegar-se de um valor material em benefício da comunidade em sua missão evangelizadora.



Ele então consegue se dar conta de que a sua contribuição, ou melhor, a sua retribuição através do Dízimo o leva a ser um agente de transformação da realidade que vive em comunhão com os irmãos de fé. O dizimista não cobra privilégios, ao contrário, ele tem consciência de que já é privilegiado pela sua condição de poder participar generosa e plenamente da vida de sua comunidade que depende da participação de todos para ser realmente uma comunidade viva e propagadora do Evangelho.


O caminho da fé é exigente e nele só caminham aqueles que estão disponíveis para abraçar seus compromissos batismais, dentre os quais se encontram a corresponsabilidade pela manutenção da comunidade à qual pertence cada fiel batizado. O cristão não se sentirá plenamente participante enquanto não assumir tudo aquilo que lhe compete realizar no corpo eclesial.


Se a cada cristão corresponde um chamado específico – alguns para o sacerdócio, outros para a vida religiosa e a maioria para a vida matrimonial – a todos corresponde um chamado geral para contribuir na própria medida e capacidade na manutenção e sustento da comunidade, na propagação do Evangelho e na celebração da vida em fraternidade através da sagrada liturgia.




O dizimista, como um destes fiéis chamados por Deus, participa da comunidade de uma forma concretamente responsável, procurando doar o melhor de sua medida e capacidade para cooperar o quanto pode na instauração do Reino de Deus entre nós!


Assim refletindo é possível afirmar que o Dízimo é fruto de uma decisão. E se na vida existem decisões das quais nunca nos arrependemos de tomar, certamente a decisão pelo Dízimo é uma delas porque não consta que alguém tenha assumido conscientemente o Dízimo e depois se arrependesse de ter se tornado dizimista!


Joaquim Accioly-Meac




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