Veremos o Vaticano participar de Jogos Olímpicos? Autoridade vaticana responde
Esportistas da Athletica Vaticana fazem exercícios na Praça de São Pedro. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa
O Vaticano poderia começar a participar de competições esportivas internacionais e, talvez em um futuro ainda distante, até mesmo nos Jogos Olímpicos.
Isto foi declarado pelo Presidente da Athletica Vaticana, Mons. Melchor Sánchez de Toca, na quinta-feira, 10 de janeiro, durante a apresentação desta primeira associação esportiva do Vaticano formada por funcionários da Santa Sé, incluindo sacerdotes, religiosos e leigos.
Mons. Sánchez de Toca disse que a participação da Santa Sé nas Olimpíadas "não é uma meta de curto prazo, nem mesmo longo", mas ao mesmo tempo reconheceu que "muitas vezes sonhamos em ver a bandeira do Vaticano entre as delegações na cerimônia de abertura de uma Olimpíada".
Por outro lado, o presidente da Athletica Vaticana vê como sendo mais possível a participação "naqueles eventos esportivos que têm um fundo cultural e simbólico".
Como exemplo, citou "os Jogos dos Estados Pequenos da Europa. Pequenos Estados, não pequenos países. Os Estados europeus com menos de um milhão de habitantes: Liechtenstein, Andorra, Malta, Islândia, Montenegro, San Marino, Mônaco". "Inclusive com alguma possibilidade concreta de pódio", aventurou-se.
Outra opção possível para a presença internacional dos atletas do Vaticano é a participação nos "Jogos do Mediterrâneo, que têm uma dimensão cultural de diálogo inter-religioso, não apenas esportiva, mas não fechamos nenhuma porta".
De qualquer forma, afirmou, "estamos trabalhando para fortalecer e aprofundar as relações entre a Santa Sé e o Comitê Olímpico Internacional".
Nesse processo, destacou a importância da assinatura do acordo entre a Santa Sé e o Comitê Olímpico Italiano. "Este acordo foi necessário para dar a possibilidade da Athletica Vaticana e outras associações esportivas que possam ser constituídas futuramente no vaticano, de se filiarem à federação da disciplina correspondente na Itália."
"Nossa inspiração foi o acordo feito com San Marino, embora tenha características diferentes. Este acordo foi necessário para salvar alguns aspectos derivados da natureza peculiar da Santa Sé, do Vaticano. Os dependentes do Vaticano são de muitas nacionalidades e isso criou alguns empecilhos, e também outras questões técnicas que o acordo resolveu", assinalou.